quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018




CAMINHO DE SANTO                                           24 DEZ 2017 "TEATRIALIZADO IN café geda


NANO- Havia qualquer coisa de um luar longo e clandestino
Não havia mar, havia estrelas, havia também musicas
Não se sabia onde estava, falava-se devagarinho
Não se sabe, mas tudo era deslumbrante parecia um ninho

DUCA- ansiando no Íntimo, por algo celestial ou divinal
Não encontro o divino ou o tal, anjo principal
Costumo pensar mais, em deusas boas, bem nuas
 lambe-las de gatas, come-las, ama-las, naquelas luas

BOLA 7-sem forcas para resistir, cai desamparado, em nudez total
a cama abraçou me numa envolvência, quase brutal
desprestigiou-me da sonolência e racionalidade
fiquei ereto de prazer, toquei lhe, como na puberdade

GONE-sonhei com o mundo desse dia, parecia branco
sentia-me a flutuar, era um mundo de sono, de canto
inundou-me a tranquilidade viajei relaxado como neve
desapareci durante algumas horas, despertei mais leve

CARLITOZ- ao acordar, queria ouvir sinos, queria magia, queria ver cores
queria sentir sabores, tomar o pequeno almoço, fazendo amores
mas acordei no dia anterior, dei por mim com azia e pouca alegria
ainda não era véspera natal, a ressaca que sentia, era descomunal

NANO- o luar estava raiado, e sol naquele dia, nem de penetra
a besta encontrou me no vazio, sem sinais de festa
bebemos de esguicho, e acordamos ainda de pifo
o Duarte fez anos, que febre! ainda me dói a testa.


GIMMY -o caminho de santo do advento percorre-se, na luz de Sião
cores de seres escarlates, ondulam e esboçam sem perdão
irrompem serenos, pregam votos, desejos, contagiam a multidão
o caminho de santo é luz em natais, promessas, absolvição

 MARCO- o silencio será total, alma fica agreste, deixa-se elevar
os céus titubeantes respiram cores e odores de pasmar
desabam trovoes de estrelinhas e o vento sussurra
na mesma planura, perdura todo o som dessa ternura

DART- imagens projetam-se como fotografias de horizontes e cantos de cotovias
dos bruscos bosques de estrelas guias, que fogem da magia e das utopias
a paz, a calma, a serenidade abate-se sobre aqueles mares de sonhos pouco iguais
de elfos, duendes, renas, de pinheiros e pais natais, e os olhos das crianças choram; sensacionais:

CARLITOZ- pregadas as, arvores sozinhas perdidas na neve indigente
o arvoredo parece uma comunidade de gente gigante flurescente
vão passar o natal sozinhas, de longe fervilham como se conversassem
mas o vento nervoso e invejoso trás lhes o canto
queixam- se das luzes por nós postas com agressividade e manto
 e de dentes rangidos prontas para engolir,
a noite longínqua de sorrisos apaziguados, mas onde ninguém as quer ouvir,

NANO-neste café de céu escarnecido pintam-se luzes de natal
a confraria da tocha brinda ao ZÉ nesta época estival
as noites de impossíveis, repetidas, desde sempre no café geda
os confrades alinham-se sorrindo, sem que nunca se ceda




GONE -a tradição e este berço foi criada por todos nós
contagiando uns e outros nunca estivemos sós
o dono é de cor vermelha, mas é uma excelente pessoa
recebe-nos a sorrir, ano após ano e mesmo assim, não enjoa

DART- a confraria da tocha levanta-se em honra da vossa presença
bom natal, festas felizes, um ano novo pleno de irreverencia
a confraria nasceu aqui mesmo, bem a vossa frente
 somos muitos, desde novos, velhos a gente ausente

BOLA7 - grande autoestrada esta, que nos leva por vezes a nada
seguimos pelo caminho, da amizade e das perseveranças
esperando espremer os dias, e beber em manada
amestrados como ovelhas como sonhos de crianças

MARCO-será que vai cair neve, se cair que caia em breve
será que alguém vai beber de pé
parece se cair, será agua -pé
aguardente! Gritam! que isso, aquece a gente

 SANDRO- o vento sopra musicas já tocadas e arranhadas
que gelo, que frio, e neve, nem um fio!
Uhhg, que brio, dá-me um shot mio
Mio, sim, mia senão viro-mo para a tua tia

 DUCA-Que foda é essa, vai ser tao mal dada e mal-amada
A minha tia é boa, mas corre te ao pontapé e a lapada
E sem que esperes emprenha-te e tira te meia de leite
E tu foges da arvore de natal, como agua do azeite

SANDRO- a tensão expressa a tua fome de leão
Essa tia deve ser, deliciosa também quero pão
Não queres que coma a tia, cheio de fome
remato lhe já por baixo, não seja esse o meu nome

HUGO-também aqui estou, não sou afilhado nem degenerado
sou o Hugo bono inspirado e parecido com o cantor
 não canto, nem desencanto, prefiro mais ser obstinado
mas com a confraria, canto nem que seja pimba ou canções de amor

DARIO- venho a passo de corrida acelerado de cross-fit
Sei que não sois, digo! tao rápido quanto eu
Não sou o “speed Gonzalez”, mas tenho grande beat
Vim aqui num cross para conviver e levar o que é meu

KIM-faço 200 km de LEIRIA aqui, com alegria e satisfação
A este dia não falto, elimino maus dias que sofremos
Trabalho o ano todo longe de tanta amizade e animação
A confraria lembra-me, os anos de tudo que ainda temos

LUIS- alegria, amizade, felicidade, tanta abstrata degustação
Como chefe, cozinhar estes condimentos, elevará o meu estatuto
Tenho a certeza que ides alucinar e quebrar com a superstição
Cozinhar com tao ilustres condimentos, essa refeição terá poder absoluto

Num repasto cuidado dou-vos sombras “socrooges” elegantes
Aliadas num sentido gótico e alicerçadas num fantasma passado
Entidade querida, não medieval do inicio cronólogo dos tempos
Uma refeição épica empírica, uma ceia de natal com sentimentos


Kim- sinto-me em casa, temos gente para tudo
Sinto-me como nunca tivesse saído, sou um sortudo
Gostamos todos de estar aqui, um sentimento, um destino
Natal sem este bocadinho, sabe a um natal pequenino

DARIO- já estou menos stressado, por hoje já corri tudo
vim de trabalhar, a todo gaz e agora já nem meto o turbo
se calhar, daqui a pouco, saio, vou cear a minha sogra. perdão!
é que, no primeiro ano de casamento é obra, por isso a minha atenção.

Hugo-com licença, sem vos querer chatear ou apressar
Já me cheira a bacalhau, não serão horas de ir jantar
A minha barriga não é de me atraiçoar, está a roncar
 sinto um vazio enorme, preciso de ir, vou-me desgraçar…

GIMMY-A confraria da tocha deseja a todos um santo e feliz natal
A confraria da tocha deseja a todos um ano novo brutal 
 Não se constipem comam muito e bebam ainda mais
Desejo-vos saúde, alegria, amizade, e paz entre iguais

Eu germano ou gimmy dark como diz a alcunha
Sou presidente desta gente, com orgulho e fortuna
Onde nada se impõe apenas divertimento se destaca

Confraria da tocha retira-se do café do zé e cantar o HAKA … olé.


ESCRITO POR HERNANI GUEDES

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