quinta-feira, 4 de julho de 2019


                                          Esquadras de são João
                                                                          
Há festa meu povo nobre
nesta noite dos orvalhos
fazemos de ricos sendo pobres, comendo pão, sardinha e carne dos talhos





Menina que se casa
com um mais velho faz asneira
queima-se a lenha, fica a brasa
E nem chega a haver fogueira!...






Homens não pedem licença
havendo sede, vão beber
Mulher cora de impaciência
bebe só! ajuda a esquecer.




 






Conto espaços e bailei
Saltei fogueiras sem conta...
Dei conta agora e já sei
Que a espaços a mais me pôs de revolta






Há grandes sensações,
no S. João de noitinha 
D'uns olhos sobem balões
D'outros caem morrinha





Que mistérios de sexos
Nesta noite de belezas:
não falta o pão, nem nexos abre-se o punho de safadezas




Eu contigo fico aflito
não és normal, és um acaso
Regaste me hoje o manjerico,
Já pensas mudar-me o vaso?...





Contaram-me os calhaus da nossa rua
que em breve viria novo dia,
que a melhor brasa da noite era a tua:
e que reinaria por magia



 

Da noite estende se o luar
por os teus olhos sobe magia
São dos balões a brilhar
Mais belos que a luz do dia




Se o trevo da sorte achar
mais trevo da sorte quero;
Porque não hei de ficar
Com a sorte e azar que já desespero

Fogueira nem sempre é donzela
perdeu a divindade fugiu pela mata
aqueci-me bem junto a ela,
E agora quer mais e não de mim que ingrata

Mas que cognome o divino,
S. João, procura menina na cidade
 
Conta- se a almas de menino
Num corpo virgem daquela idade!








Que noite tão tripeira,
que encruzilhadas ele promoveu:
Tu, pulas a cerca e a fogueira,
e quem explica a tua mulher, sou eu...

Cascatas das orgias dos mundos
São vesúvios sem destinos
São sonhos por segundos em noites de peregrinos

Não amaldiçoe quem, pela vida,
caiu, de passos maldados,
Até os balões na vertigem da subida,
Gostam de ser amparados





Este coração é um balão a arder
como olhos na braseira a brilhar
E a noite é água a correr
Em que o são João nos vai batizar

Desfrutemos sempre o presente.
S. João, dai-nos um sabonete
O passado é rusga ausente.
Futuro... será uma lava molete

O S. João aperaltou-se;
Pôs o cordeiro a pastar e a pastar
Pôs um cravo, na lapela esmerou-se
Foi rua deste mundo brincar



Parece que o tempo voa;
Balões, o baile, alegria;
A braseira ainda está boa:
Mais um bufo e já é dia.

jogamos tudo porque agora já é verão
Em teu louvor na noitada,
de povo à míngua por diversão 
A brincar sob olhar daquela da pequenada

Uma cascata é uma tela em fundo,
sobre um cavalete estranho e singular;
O oleiro faz nascer aquele mundo,
sabendo que não o poderá mudar...







Se o povo não se exalta
Nem São João vai ficar,
Que os santinhos não fugam da cascata
evitemos por isso, esta febre de emigrar.


Na rusga de cravo ao peito
Avôs e netos a brincar.
São dois balões a preceito:
Um subindo, outro a baixar!

Quando assaltas a braseira
E mostras fome e manjerico,
De nada vale a choradeira com a bolinha a assar, espera se não ardes no bico







Do barro nascem figuras tradicionais
são desde essa data,
figuras do porto
em cascatas medievais, gentes de nome e valor zorto que inspira, até os vendavais


A saudade toma conta que do resta
de uma braseira ou fogueira apagada,
cambaleando vimos de uma festa
trazendo cheiros e muita martelada
a

S. João é dos engenheiros
ganham a vida ao projeto com maioria
seu lema são os dinheiros
é reinará com folga até ser da confraria.





Vês este cravo avermelhado
como é feliz meu amor:
Tantas vezes foi calcado
E nunca mudou de cor!...

Não fui de barriga vazia
Dentro dela levei mágoa,
Da fonte trouxe alegria
Troquei a mágoa por água.

Esta vida é uma cascata
Que anda em construção
Por ela toda gente se farta sobrevive- se de pura ilusão









Mais que santos de Igreja
É do Porto a festa S. João,
por cá todo o povo o festeja
 seja mouro, judeu ou cristão.

Trevos da sorte na confraria
gente boa, doce, inspiração
momentos de sorte e alegria
pobres, mas ricos de coração









Sob tocha de S. João, que caso.
Sou solteiro e estou contente...
É na mudança de vaso
Que o manjerico mais sente!...

Sais de mansinho e eu fico
a cismar se, por ocaso,
Teu viçoso manjerico
Não tem rega noutro vaso!

Cá na tocha há uma data
onde se pede para festejar
convívios depois da cascata,
deep fellings a chegar.







Não me espreites de maneira
Que me impeça respirar.
Lembra-te, amor, que a braseira
Só arde se tiver ar!...

Num braseiro com arte
Toda uma vida se entende,
Com ele, a vida se reparte
Esperando sardinha ou cherne


S. João, a confraria é tua
Não queiras fazê-la a sós.
Junta-te aos santos da rua...
Que não dão ponto sem nós.












Dancemos, pois, com arte
bem depois do papo cheio
Com dj nano e dj Duarte
não tenham medo de parecer feio
.












solteiros, aqui ninguém é,
dancem com novo par
misturem-se, batam o pé
Com boa música no ar


Vamos ver balões em subida
Mostrando ao mundo a fachada,
Faz lembrar os que na vida
Sobem cheiinhos de nada!...










Quando a confraria bailar
Com a saia de balão,
Até as nuvens do ar
Querem ser pedras do chão.

Para a tocha quem quiser
danças daquele gago me dou;
Se eu fosse como alguém quer
Nunca mais era quem sou!...

Cuidado com os confrades
que brincam junto à fogueira:
Pode o santo pôr-vos frades
E sai cara a brincadeira.












Bebendo muito estraga a festa
queiram vocês muita lenha para dar ao serrote
Bebam bem, mas de forma modesta ansiando que a bebida não vos faça um garrote


Miúdos homens do profundo
estamos a ir embora deste serão
gostávamos de levar o mundo
Preso no fio da mão.

Na dança trocaste as voltas
Toquei em seguida neste violão
mais a frente acertámos as tochas vamos para o desfile, vocês todos bom S. JOAO



escrito
Hernani guedes

declamado por : daniela gudes,celia guimaraes, sandro pacheco,diana almeida, mjoao nunes,paula fernandes,duarte almeida,sonia ferreira,ruben,manuel dimas almeida,rosa loureiro, paulo alves,eduardo guedes, paulo fernandes