segunda-feira, 14 de janeiro de 2019


Portugal sentido

MAIOR que NÓS, humildes mortais, este gigante 
glorificação de um povo e semideus radiante. 
guerreiros e pastores, lavrador e soldado, 
seu território estendeu, desbravando, legado
nesta pátria... E que pátria! A mais formidável e linda 
que nem ondas do mar e luz do luar viram ainda! 
Campos resplandecentes de milhos e trigos dourados; 
hortas de elixires; verduras namorando frutos de pecados; 
bandos de pardais, melros, minhafres, alvoroço de andorinhas; 
nas vinhas, nos medronheiros pombais: por montes e adivinhas;
Por gados néscios pastando cores, nas encostas dolosas
por cheiros de sol, cheiros de mel, cheiros de rosas; 
por florestas infecundas, nevados pináculos ou lameiros  
por olivais; por arrozais, lezírias, peneplanícies ou carreiros  
por rios, por engenho gemendo, por noras, azenhas choradas; 
nas eiras de sonho, grutas de génios e por contos fadas: 
por risadas, fartura, amores, harmonias. a Juventude: 
por chãos perdidos, mas achados por um povo rude,
Pelo mar cantado, nas quadras de um poeta endiabrado
Pelo caminho achado, pelo nome aclamado
Portucale…
Esse imenso vale, matriz de povo nascido
Portugal. Pátria… Portugal sentido  
 
Um povo de memórias, de heróis, de enormes abraços 
pregando a graça de Deus pelos mares de cansaços  
Pátria erigida por lavradores e guerreiros, as aldeias 
protetorado defendido por torreões de ameias. 
por cada homem um castelo e nas cidades certezas  
quer por muralhas, bastiões, barbacãs ou fortalezas; 
espalhando a fé, o vigor, orgulho e contentamento, 
por vertiginosas catedrais ou cúpulas maiores de convento, 
campanários de igrejas humildes, elevados à luz, 
num abraço infinito, dois braços julgados da cruz! 
daquele herói imortal, que doutrinou as consciências 
viveu deixando filosofias, para os povos de inocências…
  
pátria, de paz fácil, magnânima, de piedade atroz regia e justa
sob brasões, espadas e balas o arado a lança, oh! pátria augusta!
palidez árida, mas resplendorosa no ocaso dos dias 
di-lo-íeis, bem longe desses montes encantados das judias 
viram o prestes João, ermitão misterioso, católico vidente, 
por terras de além-mar, o proselítico pintor de fé de outro continente
O mar é” nostrum” Ondas da história! mundos novos  
por plantas e bichos nunca vistos, que diferentes povos, 
ilhas verdejantes além... para além dessa bruma, 
demandas de aurora boreal, embaladas de espuma!
 
Mare Clausum, viajados por ventos e janelas 
numa nau ligeira, ao vento bufando nas velas, 
procuro riqueza nas ilhas de ouros fulminantes, 
onde sonham anões, onde vivem gigantes, 
o mostrengo não existe! topázios e esmeraldas, sim!  
neste mar tenebroso busco o Olimpo mais que de mim!
Aquelas Ninfas, sexuais, de beijos de âmbar e de mel! 
 As nuvens como frotas ou flocos de amor, num anel!

navegando por silêncios, brisas de Portugal sentido  
– vou com elas...fugo, para Portugal Não! serei advertido!
O tritão louco do tridente em punho, tentou-me matar 
abateu-se -lhe tragedia impiedosa, no seio familiar, 
há mil anos guardando o ninho e as suas purezas
Marinheiro galanteador, rompeu- a nas safadezas

Um dia de um tronco fez-se uma nau veleira, 
Com anjo à proa, e cruz de Cristo na bandeira... 

Manhãs de heróis... levantaram ancoras e ferro... almas de visionários, 
sobre essas águas de Deus foram a bolina, cumprir seus fadários. 
Multidões aplaudindo no cais, grafavam em romarias de espanto. 
Os Velhos do restelo com barbas centenárias e rostos em pranto, 
braços estendidos exultam camões, onde estás poeta de Portugal?
Por mim não voltaria jamais, jamais da índia, jamais do império colossal!





A nau barquinha, vai sulcando a vastidão imensa,-“ terra a vista” !!!
“Gritam os marujos” vê-se o cais ao longe lugar encantado e alquimista 
Voltamos ao ponto da quimera, olhando a saudade, trazendo mais mundo
Nosso rumo foi pela luz, encontramos  Zeus e  Neptuno guiaram-nos ao segundo
vénus e as sirénidas abraçara-nos num murmúrio doce canto  
Com ouros, ébano , marfins, e coisas, e espelhos, como manto,
voltamos sãos , salvos e sábios, como havia mos prometido…
diamantes sagrados, filhos de Portugal, filhos de Portugal sentido.




Escrito por Hernâni Guedes.
“Com o Reis na Barriga, venham adorar o menino
Declamado por delfina silva «delfa»
Em 12 janeiro 2019 “


DEUS DESCONHECIDO
“Por ti ou nós”

Criado por nós distraídos e por Deuses e divas
Saiu do nosso interior elevou-se de forma brutal
somos: o que somos não sei. Talvez, Derivas 
Meu, nosso, vosso, ou dos Teus: luz... de Natal, 
cumplicidade de natais e amizades! - se envolvem 
Densidade proclamada em espíritos abençoados, 
De Ti para nós vem, a Ti e a nós se devolvem. 
Sem O Nada ou o tudo, a que foram roubados 
Desenhos mágicos no sopro do criador 
Todo engenho e arte no dedo de amar. 
Conhecimento lato na luz da eterna cor   
Que dispara sonhos em nuvens de encantar, 
Do infinito, genesis da criação, donde veio. 
Ao formidável que és tu ou nós e a luz, que és Tu, 
Verdade que és tu, nós e só. Não creio 
Senão nós, ou quê!? em Ti; ou a olho nu 
Os homens gigantes não vêm da Terra 
Confrades e amigos somos da atlântida ou da incerteza, 
Se somos atlantes, seremos deuses, desceremos a serra    
Essência! Terraformação, a realeza beleza, 
A libido do puro amor - o prazer 
Que não fatiga e nem castram... 
Só por Ti ou nós o poderá ser 
intenso, inspirado, se afastam, 
De um Deus desconhecido, dos romances, 
Vulgares, belos ou tolos: despidos 
Das coisas vis, ou das negras nuances 
Em tomo apelativo ao apuro dos sentidos, 
A Ti, a nós, se dão, que por ti estremecia, 
E por Ti, vida têm. Eu, consagrado 
A Teu altar na tocha sagrada, a profecia 
Existência aqui, berço, aqui votado 
Fica neste esboço - confissão sincera 
Da alma que a ti voou e em ti e nós, espera

ESCRITO POR: HERNÂNI GUEDES 
“Com o Reis na Barriga, venham adorar o menino
Declamado por Célia ado nano Guimarães em
12 janeiro 2019"


Menina mimada

Quem vem beber este suave néctar azeiteiro  
Que de teu seio farto espreita e respira o punheteiro  
Será um anjo ou uma deusa ou será um caldo
Com este aroma deliras, esfrega te seu baldo

Piedoso triste que arrota a alheira
Bebias água e não te ficavas pela orelheira
Gostas de focinho e orelha de porco, meu gaiteiro
Eu gosto mais, de presunto e patas no fogareiro
 
Qual deus enamorado, te senta no colo 
E com teu tronco te curvas e ajoelhas, 
bebe me esse néctar por mim encantado 
Bebe oculto, humilde amigo, refresca as ideias 

Não queres, que se saiba Mentiste, minha fada 
Olhaste a flacidez doente inclinada, 
Quem ta pôs assim pendente, desconchavada
Foi aquela menina, mimada dei-lha, não queria mais nada 

Então nem á pesca, com a mão, na badana?
Estendias a cana e enrolavas a sacana
Excesso palidez lasciva, ou seja demasiadamente chupada 
pintou, não? Sim! levou com ela na cara, estava elástica a coitada

Que trapézio tão duro, que membro eclético 
Tinhas na rama lustrosa seda, na pele que elétrico 
Com que magos esconjuros, com a bainha desapertada
Aquela menina mimada, que inocente, que mamada,   

E na hástea sentida, devorava ventos e a maré 
Tremia tanto de joelhos, resolvi pô-la de pé  
Porque te agachas tão rendida, anda cá para cima!
De tanto arrepiou, que ao levantar arrebentou 
 

Eu não ouvi um suspiro, explodiu está feito 
Sussurrei-lhe no ouvido, ouvi um gemido no peito 
Nas águas daquele retiro, naveguei-o bem perfeito 
Não respeitei a tua imagem, enganei-me mas estou satisfeito

Nunca a vi aflita ou assustada, estava endiabrada  
Gemeu de prazer e dor, caiu afastada, ficou paralisada  
Mentiste, menina mimada eras pura e casta
Não adivinhei, comi e bebi, que por agora basta,  

Mas ai! se houver mais por beber, não quero parar 
Vou ali para ver mais meninas mimadas, a cantar
Hei -de eu bebe-las nem que seja pela cantada 
Que aquele aroma respiro, bêbado durará até a alvorada


Escrito por Hernâni Guedes
“Com o Reis na Barriga, venham adorar o menino”
Pòr - sandrokan, dart, gone, bola7
-Sessão declamada em 12 Janeiro 2019”