quarta-feira, 14 de novembro de 2018

ESCONJURO
Queimada Galega
tocha way

Mochos, corujas, sapos e bruxas.
Demônios e diabos e fufas
espíritos de ranhos enevoados nas eiras
Corvos, salamandra de fogo e feiticeiras
feitiços de mezinhas e virgos rateiros
Podres canhotas de catanos furados,
lar dos vermes e gentes dementes.
Fogo das Campanhas, de postiços
Mau-olhado, treçolho, negros feitiços,
cheiro a  mortos, trovões e raios de trote.
Uivos, lobo cão, pregão da morte;
focinho do sátiro e da besta e pé do coelho.
Pecadora língua da má mulher de cú
casada intriguista com um homem velho.
Averno de Satã, anjo negro e Belzebu,
fogo dos cadáveres que jazem ardentes,
corpos mutilados e torcidos dos indecentes,
peidos malcheirosos dos infernais cus,
mugidos do mar embravecido e crus
Barriga inútil da mulher nua solteira,
falar dos gatos pretos que andam de caganeira,
guedelha emporcada da cabra mal parida.
Com este fole de verga levantarei
as chamas destes fogos da ferida
que assemelham ao do Inferno,
e fugirão as bruxas do extremo
a cavalo das suas vassoiras,
indo se banhar na praia da poias
das areias gordas. E das saloias
Ouvi, ouvi! os rugidos e lambidos
que dão essas putas e que não decentes
deixar de se queimar na aguardente
ficando assim, purificadas, da água dos cus e conas lavados
Da enxundice e dos pecado cagados
E quando esta beberagem de mazelas
baixe pelo cano das nossas goelas,
ficaremos livres dos males
da nossa alma e de feitiço todo.
Forças do ar, terra, mar e fogo.
Fadas, fadinhas e bruxinhas
Sois, estrelas e luas,
Ladramos baixinho na esperança de afugentar
As noites ensobradas
O alimentar das sombras
As vozes pesadas.
Baluartes desta vida.
Baluartes do além.
Garras negras e patas de galinha,
Que nos ensombram com desdém.

Con la ayuda de Dionysius,
Limpiaremos todos los males,
Esconjurar todas las dudas
Hacemos más fuertes.
Más fuertes!
Pessoas das confrarias
a vós faço esta chamada:
se é verdade que tendes mais poder
que a humanas pessoas,
aqui e agora, fazei que os espíritos
dos amigos que estão fora,
participem connosco desta Queimada!

Texto milenar adaptado por hernani guedes e jorge almeida
" escujuro teatrializado por jorge " bubbaloo" almeida

 REUNIÃO ANUAL
A reunião da confraria da tocha realizou-se este sábado 10 novembro começou exatamente as 16.20 um pouco atrasada em relação a hora marcada mas existiu
 "Quorum Deliberatório".
Confrades presentes:
- nano wn
-gone
-bubaloo
-Luis nocturnus
-bola 7
-carlitozz
-hugo bono
-sandrokan
-sinhor inginheiro
-markus
 por motivos de trabalho estiveram via vídeo.
-dart e duka duks- falta justificada
Faltaram:
Richard bandeira
Roger
Darius zimlax
Rolinha
Ausentes por migração ou emigração:
Kim
Paulo custódio
Paulo cardoso
Estiveram presentes os confrades honorários
Afonso
Manuel dimas
PONTOS A DISCUTIR e ORDEM DE TRABALHOS:
# Resumo de actividades do ano
# Os momentos do ano
* Mais ou melhorias para a sede e afins
* Apresentação de contas
* Propostas e ou novas etornizacoes
* Eleição do representante / animador para o ano 2019
# Olhos no futuro da confraria/ novo rumo ou manutenção
* Novo elemento pressupõe novas ideias
* Marcação do jantar de natal
* Diversos assuntos pendentes ou que queiram discutir
* Sorteio do tema para levar como prenda amigo oculto ao café Geda no nosso berço dia 24 Dezembro
Para não esmiuçar completamente todos os pormenores da ordem de trabalhos, darei aqui tópicos importantes do que foi discutido.
Para começar saliento o empenho dos confrades na reunião aflorados diversos temas e propondo inúmeras ideias e alternativas relacionadas com quase tudo.
A confraria da tocha já existe exatamente como confraria á 13 anos como, grupo de amigos com estes ideais á cerca de 25 anos, por isso é de salutar a disponibilidade e a reinvenção de ano após ano sem sair do que nos propusemos então. A brincadeira as atividades, os convívios, os confrades, que fazem um todo, e agora também com a associação das nossas mulheres ou namoradas que nos trouxeram brilho, colorido, beleza ,inteligência e muita  e outras responsabilidades, onde as personalidades são ímpares e diferentes sendo um orgulho para mim liderar este grupo de amigos desde 5 anos com o Duarte a tesoureiro e Paulo Alves a vice, a todos vocês obrigado…
- Passando a reunião: foi recordado todo percurso do ano” atividades in e outdoor
Com as respetivas presenças e datas
- as contas foram aprovadas, carecendo de visualização em excel disponível já em what´s up (tem a ver com a confraria só e apenas por isso disponível nesta aplicação)( o luís nocturnus disse que não falta entrar nas contas 3 euros, dele próprio)
-Reeleição dos atuais responsáveis, por unanimidade
-Não houve preposição de novos membros confrades / a exceção de um atualmente no estrangeiro, mas convidado pela confraria quando por cá estiver
-Existem alguns potenciais que talvez, se decidam por começar a aparecer
-Confrades com Tomaz ou refratários ou pessoal que já não aparecem á muito, será tida conversa definitiva com o responsável/ animador para ou SIM ou NÃO á confraria- decisão por unanimidade
-Abertura da confraria a outro tipo de atividades e situações:
. Chapéu/capa/ hábito ou outro artigo diferenciador da confraria
. caneca ou malga logo tocha personalizada
. regresso da tocha do confrade (para atividades mais especificas)
. atividades trail diferente “santa justa 6km com repasto ao ar livre
. Arcos de Valdevez Minho, passadiços ou ecopista(bicicleta) 
. paintball ficou em equação
. visita a unicer (ver hipótese- ficou em equação)
. manutenção de algumas atividades fixas. deep fellings/avozinha/afonso`s backyard/ reunião anual S. Martinho
-Jantar de natal 8 dezembro, restaurante monte peão “S. João da madeira -decisão por unanimidade/ atividades do dia ainda por decidir
-Prenda amigo oculto para ser levada no dia 24 ao café geda por sorteio
Saiu” comédia “, mas como houve divergência juntou -se comédia a uma das ideias
Mais presentes nas propostas apresentadas, iconografia vintage (80/90) ou similares por isso o tema será- “comedia e iconografia vintage, sejam criativos e vivam o espírito Natalício, não tirem do armário prendas encalhadas e comprem algo de surpreendente no valor mínimo de 10 euros, é uma altura do ano especial e lembrem-se sobretudo como a confraria é diferente, ao longo de vários anos mantemos esta tradição e vamos tentar que continue, grande abração.

P.s. haverá uma reunião extra no início do ano, para resolver alguns assuntos pendentes.
Viva tocha……. wn

domingo, 11 de novembro de 2018


 Torre de Babel
ou a porra do Sr. Castanheiro

Que se cante do sr. castanheiro e o seu singular margalho!
Que demanda colossal! Que ciclópico, trabalho!
E para o cantar completo e para o cantar bem
precisou viver, lambendo como velho de belém
sim esse, o velho do restelo, que camões imortalizou!
Tinha tao grande porra, que até nas caravelas ele basou! 


Enfim, tanta ousada pobreza tântrica
Cantemos a essa porra, a essa verga semântica,
Donde pendem os seus senhores colhões? ideia larga!
talvez das nádegas brutais dos Arcebispos de Braga.


Sim, cantemos á porra, e ao monumental caralho Trigundo
que, antes de musculo cru, já foi eixo do Mundo!
Mastro de caravela, pendulo do mostrengo! sua Iminência rebelde!
Que estando murcho, competia com a Torre de Babel
Um Caralho singular! É vê-lo é contemplá-lo
É vê-lo testinho e forte
Atravessaria o quê?
Algum mealheiro com sorte!




Na Régua, no Porto, em Sodoma, em Gomorra
juro que ninguém viu tão formidável porra
É uma porra, superporra!
É um caralhão atroz
que se lhe podem dar trinta ou quarenta nós
e, ainda assim, fica o caralho preciso
para foder na Terra, e Eva no Paraíso!!




É uma porra infinita, é um caralho das insónias
segundo reza a história, que diz! outrora tanto estrangulou, primas veras como as primas Sónias 


Oh, caralho imortal! Oh glória dos povos lusos!
Tu podias suprir todos os rebites como afinar parafusos
como os que se espremem com vigor, os cachos do Alto Douro!
Lugar sagrado onde há precipícios, abismos e onde as pombas dão as pepitas de ouro! Meu caro Sr., Castanheiro que tesouro!

Amarra dá-lhe um nó, algo possa conter esta porra do diabo??!
E até, aquele Marquês Sade, que enervado: - dizia “,que alguém se terá enganado, e a porra do Sr. castanheiro sofria de paralisia!
Ficava, pois! o marquês excitado e enciumado
Porque a porra, do Sr. Castanheiro nele primeiro
Deveria ter entrado!
 
Mas em vão, pagam lhe fortunas e somas em dinheiro!
– Nada, nada porem contém a fúria da porra do Sr. castanheiro!!


Quando ele morrer, Senhores, que façam uma extraordinária cova
Daquela bainha, meu Deus, renascerá porra nova,
Daquela porra infeliz, daquela porra bendita,
procurará incessante, a perfeita, crica infinita??

– Ou talvez um buraco no mundo, talvez um assunto remoto
Um projeto do engenheiro num dia um terramoto
talvez sandrokan super- herói a detenha, esta porra medonha,
Com salões de meninas colegiais, sem pingo vergonha!!!
Porra essa a trabalhar, fazendo dos rios langonha
Para procriar! espero não estar a ser malcriado!
Mas o assunto deve continuado…


A porra do Sr. Castanheiro, é um infinito assunto!
Se ela está em Porto ou em Coimbra, pergunto?
Onde é que ela começa?
Onde é que ela termina
porra essa, que estando em Braga, está na China,
porra que viaja mais que o próprio pensamento
porra de dionísio e porra de jumento??
Porra!
Mil vezes porra! Porra de bruto
que é capaz de foder o Cosmos num minuto!


Escrito por
Hernani guedes, em 26 outubro 2018
Declamado por sandrokan “ tocha não tenham medo”


NUNCA NAVEGUEI



Navegando doce mar de mosto,
Capitão no seu posto à proa dum navio
Tudo a seu posto, tudo a seu gosto
De comando e leme á luz da tocha
a confraria vai sulcando mares de rocha
As ondas essas, de pedra e vontade
fundeados ao largo pela eternidade,
Sem pressas de chegar ao seu destino.
Atracando felicidades no cais humano,
É num antecipado egocêntrico desengano
Que ruma em direção ao cais divino.

Lá não terá socalcos, escarpas
Nem vinhas ou vinhedos ou,
Aquela menina dos olhos deslumbrados;
Cabelos loiros desengrenados
Serão pontos de luz
entorpecida;
Rasos, baixos todos os montes
Deixam prolongar torpes horizontes
Até extinguirem cores da vida.

Por isso, é lento o que se aproxima
Da grande bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais, que gasta no caminho
É um sopro a mais de vinho, mais de cheiro
Á terra, e ao andar rasteirinho !

Não são pepitas de ouro que procuro.
Ouro dentro de mim, terra singela!
procuro apenas aquela
mundana riqueza
Destes homens que absolvem a solidão:
O tesouro ancestral sagrado
sem nenhuma certeza,
guardado
Por mil incertezas da escuridão.
cultivo,
adubo,
recolho, e bebo…
Mas só quero a fortuna
De me encontrar.
Poeta antes dos versos
E sede antes da fonte.
Puro como um deserto.
Inteiramente nu e a descoberto.

Nada
posso fazer amor! eu sou desta confraria
Impermeável como aves friorentas;
E nos galhos de anos e honraria
Já nem folhas me ofuscam de cinzentas;

E vou com os passarinhos. Até quando?
brindo, à vida breve e não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave tresmalhada serei em mãos sedentas.eu sei

Pensai-me eternamente que o eterno desespera
Quem na amada Ventura. Vai, além, mais alto,
Em ilesa embriaguez, aí, desespera:
espera nunca naveguei, espera não faz mal
espera agora acho que sei, este mar
não nunca naveguei….



Hernâni Guedes
Escrito 22 outubro “ tocha não tenham medo”

Declamado em 10 novembro por Paulo custódio, via vídeo


TERRA ÚNICA
(AMOR DE MULHER)
C
CÉLIA-Desejo eu, quero abrir-te e cheirar
Estas uvas de poesia nos meus seios!
Andaram todos a vindimar,
Todos a cortar cachos pelo veio,
foram horas e dias de um ano germinar
boas sementes e versos de presenteio


DELFA-Na ramada madura da Palmira e do Afonso
Não há fronteiras, muros, nem dono,
Há de sempre existir, alegrias, sorrisos e responso
E Nunca e jamais, volúpias do sono
Da videira velhinha e intemporal,
Não será nunca motivo abandono
Terá e brotará sempre persistente, sempre fenomenal
  

XANITA-Mas de asas que ventos agrestes agite,
Neste poema da confraria da tocha que se cantem
Será por graças e será por limite
Que nossos pendões e estandartes se levantem
Na fé, nas vontades e na força se ressuscite
Toda identidade, envolvência, e magia que se… grite!


GISELA Casou-nos o presidente, aquele, o mito!
E cada imagem que nos vem
É um hieroglífico seu, ou um grito
Em Que eu apenas o repito
Em melodias que os poemas têm


 
DANIELA-Terra única, amor de mulher acanhada
No berço, na génese, na criação!
Seja livre e fecunda a alvorada,
Seja sagaz única o entorno da adoração,
Nada se fecunda sem chão, nada,
Que não se fermentam, vinhos, sem inspiração!




CÉLIA-E por isso te engasguem de encantos
E vos lanço nos braços desta colheita
Paulos, Duarte, e outros, que haveis de parir recantos
Poesia de uvas, amável, receita
Fruto maduro cantado de forma perfeita


ROSA-Terra única, a vossa mulher!
Um amor quase perfeito, um aceno
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno,
A loucura formidável do prazer



DELFA-A carroça das uvas em que se concebe
Um bago que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.
Fruto da videira pura,” esta coisa… vinho,
Sem saber, durmo… será este caminho…



GISELA-Terra, minha canção alucinada!
Ode a deus BACO erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!
E ao gosto de beber, havemos de brindar esta criação….
 
Xanita-Porquê, não bebes agora, que te quero
E adias esta clemencia
Prometes-me no magusto e eu desespero
A castanha é o disfarce da tua impotência…

ROSA-Hoje, por aqui, já, agora, neste momento,
Ou então nunca mais.
A premissa do alento é o desalento
Este desejo, no limite, dos mortais
Não penses mais, queres beber ou comer mais!
Chega de castanhas, és lambão, ou não!

XANITA-Deixem me passar
Já que ele não responde, estou cansada
Deixem me passar
A mim! vou cheia de noite, mas ainda vou festejar
Deixem me passar, e não lhe digam nada



rosa-Deixem me que vou apenas
Beber vinho de sonho na bica desta fonte;
tenho calores de fogo nas penas
vou apanhar ar no jardim do monte
que só ele, sabe, olhando o horizonte.


gisela-Vim para terra de todos, onde mora
E onde voltarei depois de amanhecer.
Deixem-me, pois, passar, agora
Quero me aliviar do castanhedo sem demora


CÉLIA-Nós as designadas confradinas viemos para aqui ler
Aturar o nano meu marido, que não é fácil de satisfazer
Quis ele, que lesses-mos em voz alta, o poema, que escreveu
Fico aliviada, quando o nano, já se adormeceu
Este magusto da confraria tem tudo, para descarrilar
Vamos fazer de conta, raparigas! que estamos a gostar!
 A seguir vão fazer a queimada! e nós vamos provar um bocado…
Sem que ele veja, deitamos fora ou atiramos para o lado!



DANIELA- A queimada é muito forte, e de ler, não há paciência
Tens razão Célia, vamos é disfarçar para o pai não desconfiar
Vamos acabar de falar na sua insistência em fazer poemas,
 para esta audiência…
O meu pai é o meu pai não á volta a dar, insiste e continua…
Vou, mas é falar com meu namorado “João” para o meio da rua.



DELFA- Sou suspeita para falar (do nano) prefiro não me pronunciar
Digo apenas que leio com agrado, aquilo que vos estou a apresentar
Já cantei no karoke, fiz km a pé e encanta-me o grupo do gone
Mas se não vos importais, vou comer, estou com fome!
E agora que acabei de ler, vou ali para aquele cantinho
A todos vocês da confraria da tocha, um bom são MARTINHO

 Escrito por Hernâni Guedes 23 out
Declamado 10 novembro, tocha” não tenham medo”


poemas de castanhas
HUGO
Provem as castanhas
que estão a assar.
Provem as castanhas
Que estão a acabar.
 nini
Castanhas assadas
Que boas que são.
São boas no Inverno
E boas no Verão.


XANITA
Provem as castanhas
Que estão a assar,
Quando saírem do forno
Que boas vão estar!


HUGO
Castanhas tão boas,
Gostosas e quentinhas.
Comprem meus senhores
Estas castanhinhas.


nini
As castanhas estão no ouriço,
Alguém as vai apanhar
Para depois as ouvir,
No lume a estalar!



XANITA
No magusto há castanhas
Que quentes elas estão.
Do forno elas saem
Para a boca elas vão.

HUGO
Provem as castanhas
Que estão nas carumas.
Sabem que estão estranhas
Mas podem comer algumas.

nini
Castanhas assadinhas,
Ao lume a estalar.
Venham comer, estão todas certinhas.
Venham depressa, que estão a acabar!

XANITA
A castanha é
A semente do castanheiro,
Come-se de pé
À beira do fogareiro.


HUGO
Castanhas, castanhas,
Que grandes que são,
Quentes e boas
Aquecem o coração.


nini
São pretas
E quentes a estalar.
Rebolam na minha mão
Quando estão a escaldar.


XANITA
A castanha é gostosa,
Depois de se tirar a pele
Fica mais apetitosa,
Num cone de papel!


HUGO
Comíamos castanhas,
À volta da lareira,
Aproveitei a conversa
Para fazer esta brincadeira!

nini
Os castanheiros alegres,
Com os seus ouriços a abrir.
Nós olhámos para as castanhas,
Elas ficaram-se a rir.


XANITA
Os meninos enfarruscam-se,
Ficam com as mãos pretinhas,
Mas o magusto continua,
Pois as castanhas estão quentinhas.


HUGO
Castanhas a assar,
Quentinhas no fogão.
Vamos lá provar
Que boas que elas são.

nini
Castanhas assadas.
Que boas que são.
Só foi pena
Serem assadas no fogão.


XANITA
Castanhas quentinhas,
Ao lume a estalar.
Nós vamos assá-las
Até nos fartar.

HUGO
Foi a dez de S. Martinho,
O nosso grande magusto.
No lume estoira a castanha,
Mas ninguém apanha susto
.

DECLAMADO EM 10 NOV
ESCRITO POR H.G.


Córtex profundo
(as parábolas ofuscantes com ou sem nexo de
um predador de palavras)

Num túnel fechado de luzes…
Perdi o perdigão,
O assomo necromante tomou
Conta de mim,
Lembrei-me dos camões,
Esse poeta luxuriante,
Enganador de corações
Que tanto escrevia ou dizia poemas
como esvaziava os colhoes   
Que dizia “perdigão perdeu a pena
Não há mal que não lhe venha “
Pois é!  perdi a minha sorte …
E agora! que filha da puta de azar de morte…
Mas foda-se, e já que CARALHO não é palavrão,
Pergunto! alguém sabe o que é o tesâo ?
Disseram-me que o tesao é criminoso
Que se acorda, e temos que mijar leitoso,
 JÁ Mortui vivos docent
“Mortos que ensinam os vivos”
É melhor mijar assentado…
Porque senão respinga para todo lado…
Vulnera incisa scissa
Corte profundo
Não puxei as cuecas mijei me
Fiquei imundo…
Córtex abyssi
Caio na cama… outra vez no submundo
Afogo a almofada por mais umas horas, um segundo
Incendeio o leito com roncos de respeito profundo
Tenho pesadelos, sou caçado por castanhas gigantescas
De repente entro em sonos, de bestas animalescas
Irradiado por gregos mitológicos de crono
Onde hipnos é  o deus grego do sono
Jovem alado inebriante frequentemente associado
A papoilas na cara, no cú, e pelas nossas mãos  castrado
Hipnos será gémeo da morte e filho
Da puta da escuridão
Mas, foda-se onde estão os cines negros
Quero-lhes cantar uma oração
Se calhar cagaram-se de medo
E fugiram,
Dependurado ensino o a arte do opulento
De ser sedento, agoirento e fantástico,
Ao mesmo tempo
Aqueles desertores aqueles canalhas
Do enguiço
Roubaram-me a alma
Fizeram me um feitiço
Queira ele que esteja sorumbático
Que lhe Foda os pecados, que o torne abstrato
A luz do perdigão repousa
O corpo parece acordar, mas ousa
Levantou-se esquecido, cheio de gemido
Lembrou-se do sonho, o que é uma cona?
“é um passarinho sem asas,
É Um bocado no céu, em brasas,
É Um voo fascinante, um arrepio alucinante
É Uma poesia fulgurante, é o amor, é um diamante,
No empalar de murais ao amanhecer
Fica-se refém do que vai acontecer
Dei-lhe com bula nas trombas
Não fodas mais! quero é adormecer…

Em comunhão espiritual, confesso que não foi vinho
Foi sim! um remédio zinho brutal, que me adormeceu a alma
E me tornou num animal…
Animal dependurado num córtex profundo
Cornaca de médium que tornou moribundo….




Hernâni Guedes 
EM 23 OUT 2018 / EXCIBIDO E DECLAMADO
10 NOV TOCHA “MAGUSTO” “NÃO TENHAM MEDO”