domingo, 9 de agosto de 2020

 

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Poema do tenso entesado 

 

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Acoberto  de merda, escondi-te na verdura, 
O teu regaço consolado, fervia de alvoroço, 
O teu peito aberto de ternura, num só destroço, 
O meu medo desceu da vergonha, á cintura; 

Num cerimonial éden  de jardim,  aí …esta menina, tao mansa 
deitada num lençol de jasmim, num mármore de algodão, 
por detrás dos arbustos cetim, rosnamos, á bulha de leão    
deu-me cachos maduros plantados, mergulhei na esperança 

Não interessava já, de estarmos a ser destemidos   
com gozos sensoriais,  apalpando doces desejos 
Esquecendo os demais, desmaiando de festejos 
E a loucura era profana ,não seriamos compreendidos. 

Nós não dominamos as debruças sobre joelhos 
aquela velha sebenta de semânticas de contos
Aqueles mistérios de bruxas ou lobisomens velhos,

Feitiços e encantamentos medonhos em desencontros

 

Outras vezes buscando distração, 
Leremos bons romances galhofeiros, 
Gozaremos assim dias inteiros, 
Formando unicamente um coração. 

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Eu posso ver os seios teus desnudos, 
Palpá-los, contemplar-lhes a brancura, 
E até beijar teus olhos tão ramudos, 
Cor de azeitona escura. 

 



Eu posso, se quiser, cheio de manha, 
Sondar, quando vestida, pra dar fé, 
A tua camisinha de Vénus embalada

Pedindo para ser enrabada, 
Ornada de crochet.

 

 

Posso sentir-te em fogo, escandecida, 
De faces cor-de-rosa e vermelhão, 
Junto a mim, com langor, entredormida, 
Nas noites de verão. 

 



Eu posso, com valor de que nada teme, 
Contigo preparar faustos festins, 
E ajudar-te a fazer o leite-creme, 
E os melosos pudins.

 

 

Eu quero e posso dar-te, tudo, tudo, 
Dar-te a vida, o calor, dar-te beirão
Urros de amor, vestidos de veludo, 
ou um saque em notas de milhão

 

   

E até posso com ar de rei, que o sou! 
Dar-te cautelas brancas, minha pombinha, 
Daquela sorte grande que passou, 
ao lado da realeza tao limpinha 

 



Já viram, pois, que podemos viver juntos, 
Nos mesmos aposentos confortáveis, 
Comer dos mesmos bolos e presuntos, 
E rir dos miseráveis. 

 



Nós podemos, nós dois, por nossa sina, 
Quando o Sol é mais Rúbrio e escarlate, 
Beber e comer na mesma chávena da China, 
aquele fondue nosso de chocolate. 

 



Podemos até, noites bem-amadas e cansadas
Dormir juntos de um modo, guerrilheiro e bélico
Com as nossas cabeças extra repousadas, 
No mesmo travesseiro com um copo de frangélico

 



Posso ser teu amigo até à morte, 
Sumamente amigo! Mas por lei, 
Ligar a minha sorte à tua sorte,

e disso nunca abdicarei! 

 

 



Eu posso amar-te como o jesus amou, 
Seguir-te sempre como a luz ao raio, 
Mas ir, contigo, à igreja, isso não vou, 
nem nessa é que, eu não caio! 

Foste o meu amor sereno...
Inda o licor formoso, amando
Que às belas margens um lindo ano;
O sol luzente à flor, cantando.
Que eras a flor esplêndida...
O ar silente à luz, amando
À vargem, que a noite florida
Eras o olhar perfeito, cantando.

ainda és bela volúpia em leito;
Ao teu doce corpo em que o beijei
Que o fogo eterno ao doce coito,
Ao vosso delírio em que o tomei!
O fogo ardente à flor, amando
Que eras a bela ninfa à noite;
O alvor perfeito à luz, cantando
Como eras o fogo inocente...

A tua ardentia em que a amei,
O lampejo esse doce castelo...
Dá-me o sonho delirante ao estalo!
Ao doce castelo em que fui rei!...
Dá-me o leito deleitoso ao beijo,
Ao doce transe em que o senti
Que eras o amor fogoso sem pejo,
Ao corpo ardente em que te vi!...

O mar eterno à flor, amando
ainda eras o belo castelo, meu amor!
A flor serena ao mar, cantando
Eras o leito perfumoso de ardor!

 

Descaímos todos, mas permanecemos invictos á pressa

Deitamos como penas levantamos nos como lobos

Anúncios no medo e ilusões de vitória ou promessa

Avidez lúdica intermitente, cena de humor de bobos

 

Vamos comer barbitúricos e lamber contradições

Vamos foder como nunca e adiar a maldição

Encontremos a língua desgastada e cheia de intenções

Evoquemos toda linhagem das gentes desta nação

 

Escrito por hernani guedes

 

Declamado por Célia Guimarães , Paula Fernandes, rosa loureiro, Daniela guedes, delfina Cidália,  em 25 julho 2020

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