domingo, 9 de agosto de 2020

 Ode teatro MORCON

NANO

olá, estão todos? eu hoje sinto frenesim e exigência; 
Nem consigo tolerar os desejos, com tanta carência   
Incrível! Já me caguei três vezes, como um rei 
Consecutivamente alivei-me, e nem chorei;
SANDRO
Solto desesperado, sons mudos, sinto a cabeça a roda 
Tanta depravação não estoira, sobem por mim, que foda
Amo, insensatamente, as princesas e as suas purezas
perante semelhante semblante, aprecio suas naturezas  
BOLA 7
Sentei-me à lareira, tao queimada por tantos lutos  
Uma infeliz clareira, com um ou dois paus, enxutos 
Sofria só, de diarreia e naquele momento, vinha a ideia
que naquela fogueira, não daria, para acalmar a caganeira

GONE

O morcon, era um gajo idiota, da cidade do Porto
Sabia pois, que apesar da risota, tinha nascido torto

Mas que tolo imperfeito, que só brilhava quando se calava

Apareceu na aldeia cheio peito ninguém o segurava

INGINHEIRO
Tão lívido! O doutor deixou-o, vai morcon, 
para frente é o caminho! Tem em conta o biberon
não quis saber do leitinho desatou a beber e a beber

Entornou, entornou… do Porto, nunca mais quis saber


DUARTE

Sem obstáculo entrei aqui, fiquei perverso até as canelas
Agora mais afoito, sinto-me cheio e com mijo até as goelas
Já bebi e agora vou para ali, para cantinho ao pé das escadas  
Sou morcon, mas feliz e alegre por beber na aldeia das escavedas 
CARLITOZ
Mas que riqueza de humor! Rasguemos todas as letras, deste teatro
Mais certeza, forte de amor! Adoremos estes copos, tirem-nos um retrato

Não tenham vergonha e medo, merda! aqui ninguém morde

Mais vale parecer ridículo e infame de que cagar á lorde
ZEUS
Sem a crítica, segundo o método da confraria escrito
O morcon é ignóbil, arrufos ou olho gordo do maldito  
Muitíssimos papéis inéditos, na imprensa dessas modas
Mais Vale, um desdém solene bendito, de que milhão de fodas; 
 PAULO CARDOSO
Sob raras exceções merece-lhes mão, numa margalha. 
Deu meia-noite; e o morcon pela rampa abaixo, malha,
Soluça um sol-e- li-dó de improviso e o povo nem reclama 
Foi se cedo deitar, no tombo e cantando por quem mais ama 
DELFA
E agora, sem ele por perto, fiquemos de olho aberto, 
Não por diferenciação, a amigos ou a carteiristas. 
ou independências cagativas, sob sufrágio de psicanalistas 
Que negam colunas, escritas a verdadeiros cientistas,  
CÉLIA
A confraria da tocha cá está, fim de semana no horizonte  
Douro Deep fellings. é no rio, mesmo ao fundo do monte  
Nas Escavedas, vivem-se sentimentos únicos, ficam na memória 
Muitos são filhos da terra, outros não, mas são parte da história

maria joao
Um orador almeja e desfruta fama de mulherengo 
Idiota batoteiro, arranja-se de teso e faz de mostrengo
E a mim, quase não respiro, quase não me contenho   
De poder, tanto quer ter, mas mais amar, de quem tenho, 

 

NANO
Adultos cagoes repugnam sentimentos de enguiço 
Como eu, raramente cago, fico muito rijo, parece feitiço  
E apuro-me, de me peidar em publico, para ser original e exato, 
Minha nossa senhora da tanha, dai-nos uma máscara contra o sulfato  

 

SANDRO
E a tísica? Fechada, e com oração no ferro aceso
Ignora que a asfixia nas coxas é uma questão de brasa, 
Não fujas do estendal aberto, que te humedece a asa, 
inclina-te ao desespero! pega na mão e dá-lhe a baza  

BOLA 7
 Mantém-te fechada tisica no chá e a pão! Antes entrar na cova. 
Esvai-se; de repente e fracamente, no xaile de uma opereta nova 
Oiço-a cantarolar, num arfar de bossa nova, atingiu-se no tempo, ouvia o mar 
um sorriso de ouriço, sorria sem parar, abriu-se de braços, para me esmigalhar  

 

GONE
Perfeita, deitada, tisica, parecia uma flor de lume
O morcon idiota arrancou-lhe, todo aquele, azedume
Pareciam lagrimas, efeitos em choques de eletricidade  

Contorcia-se, ondulante em rimas poéticas de puberdade  

 

INGINHEIRO
Pela vida fodida ansiava campos honra e verdade 
Entranhou-se aqui, a intriga, safadeza e fuga da humildade  
A tisica pedia, que lhe pagasse a invasão de privacidade
A última coisa que eu, queria, que ela goza-se, com a minha bondade  
 ZEUS
Sinto que estou melhor; passou-me a cólera. E tisica? 
Pobre mulher paguei-lhe, mas ficou sem forma física,  
nunca mais lá fui, agora é gorda! uma lua no quarto, trabalha. É feia... 
Que violência! Coitadinha! E fode? Sim fode! Com um osso de baleia…

DUARTE

Acoberto de merda, escondi-te na verdura, 
O teu regaço consolado fervia de alvoroço, 
O teu peito aberto de ternura, num só destroço, 
O meu medo desceu da vergonha á cintura; 


PAULO CARDOSO
Num cerimonial de jardim, aí …esta menina tao mansa 
deitada num lençol de jasmim, num mármore de algodão 
por detrás dos arbustos cetim, rosnamos á bulha de leão    
deu-me cachos maduros plantados, mergulhei na esperança 

CARLITOZ

Não interessava já, de estarmos a ser destemidos   
com gozos sensoriais, apalpando doces desejos 
Esquecendo os demais, desmaiando de festejos 
E a loucura era profana, não seriamos compreendidos

MARCO

Nós haveremos de ter debruças sobre joelhos 
daquela velha sebenta de semânticas de contos
Aqueles mistérios de bruxas ou lobisomens velhos,

Feitiços e encantamentos medonhos em desencontros

 
 
SANDRO
Filha da puta de distração de caralhos em ação
bruxas boas apetitosas, malévolas e bexigosas   
deitadas no palheiro, orientadas de estrume no cagueiro
Fornicando alegremente na oração e jogando ao peão

 
BOLA 7
Chega de bruxas e dessa pecaminosa, quentura 
Apalpemos, o pão e contemplemos a candura 
E beijemos seus olhos, seus trunfos de ternura
nem destravo sagrado do Hímen rompe, tanta formusura   

 

nano
Eu posso, se quiser, pleno e cheio de manha, 
Sondar e procurar quando vestida, pra dar fé, 
A tua camisinha de Vénus pouco embalada

Pedindo meu amor quero ser enrabada, 
Ornada e rendada de crochet. 

 


inginheiro
Posso atear te esse fogo, sua linda atrevida, 
De face cor-de-rosa, violeta ou vermelhão, 
ama-me a mim, com langor, semiadormecida, 
nem que seja, no deep feellings deste verão. 

 



Zeus

Posso eu, com favores de que nada teme, 
Contigo preparar lastros de eternos festins, 
E ajudar-te na preparação do leite-creme, 
Na via láctea imensa de astronautas e jardins

 

 
Paulo Cardoso
Eu posso sem condição, dar-te, tudo, tudo, 
Dar-te a vida, o calor, dar-te ouro ou prata 
Rimas de amor, ardor sedução, veludo, 
Pelo que no fim quero rendição sensata

 

 duarte
Com ar de rei, que o sou, não sou cagar ouro  
Cago torcicolos embuizados de graça 
Com ar de senhor, que o sou, mas não sou mouro 
porque na sanita todo poder do homem se desgraça

 

 carlitoz
Não é, vês! Pois, podemos viver juntos, 
Confinados no espaço, mas confortáveis, 
Comer, lamber, mastigar carnes e presuntos, 
Ficar enforcadinhos e dormindo adoráveis… 
delfa
Podemos, só nós dois, por sorte chamada, 
Quando o Sol se poe no céu, escarlate, 
Beber na mesma chávena temperada, 
O nosso chocolate. 

 


 celia
Podemos até, cavalgar em noites muito amadas! 
Dormir montados um no outro, armados em cavaleiro 
A trote veloz e acelerado, mas cabeças repousadas, 
Percorrendo grande distância, sob ritmo do travesseiro 

 

 

rosa
Posso e serei teu amigo companheiro até à morte, 
Amizade profunda não se cobra! Mas por lei e asneira
Ligar o meu Norte à tua torpe, e sem perder a sorte 
Eu nunca o poderei! Dizem que dá azar e caganeira

 

 

nano
Eu posso amar-te muito oh, escavedas… aldeia bendita, 
Seguir-te-ei, como uma ovelha seu pastor, mas só no verão, 
Mas cá vir, e esperar que faças a vénia no inverno, acredita,
Que pensarei muito bem, antes de tomar uma decisão…  

 

morcon e a menina mimada

celia

Morcon vem beber este suave néctar azeiteiro  
Que de teu seio farto espreita e respira o punheteiro  
Será um anjo ou uma deusa ou será um boneco
Com este aroma deliras, esfrega te nela meu marreco

tininha

Piedoso triste morcon que arrota a alheira

Bebias água e não te ficavas pela orelheira

Gostas de focinho e orelha de porco, morcon gaiteiro

Eu gosto mais, de presunto e patas no fogareiro

rosa 


Qual deus enamorado, te senta no colo 
E com teu tronco te curvas e ajoelhas, 
bebe me esse néctar por mim encantado 
Bebe oculto, humilde morcon, refresca as ideias 


sandro


Não queres, que se saiba mentiste, minha fada 
Olhaste a flacidez doente inclinada, 
Quem ta pôs assim pendente, desconchavada
Foi aquela menina, mimada dei-lha, não queria mais nada 


 rosa


Então nem á pesca, com a mão, na badana?
Estendias a cana e enrolavas a sacana
Excesso palidez lasciva, ou seja, demasiadamente chupada 
pintou, não? Sim! levou com ela na cara, estava elástica a coitada

 

Sandro


Que trapézio tão duro, que membro eclético 
Tinhas na rama lustrosa seda, na pele aquele elétrico 
Com que magos esconjuros, com a bainha desapertada
Aquela menina mimada, que inocente, que mamada,   


inginheiro


E na hástea sentida, devorava ventos e a maré 
Tremia tanto de joelhos, resolvi pô-la de pé  
Porque te agachas tão rendida, anda cá para cima!

De tanto arrepiou, que ao levantar arrebentou 

 zeus


Eu não ouvi um suspiro, explodiu está feito 
Sussurrei-lhe no ouvido, ouvi um gemido no peito 
Nas águas daquele retiro, naveguei-o bem perfeito 
Não respeitei a tua imagem, enganei-me, mas estou satisfeito

Bola 7


Nunca a vi aflita ou assustada, estava endiabrada  
Gemeu de prazer e dor, caiu afastada, ficou paralisada  
Mentiste, menina mimada eras pura e casta
Não adivinhei, comi e bebi, que por agora basta,  


sandro


Mas ai! se houver mais por beber, não quero parar 
Vou ali para ver mais meninas mimadas, a cantar
Hei -de eu bebe-las nem que seja pela cantada 
Que aquele aroma respiro, bêbado durará até a alvorada

Sou um morcon do porto perfeito, entro sempre pela porta

Agora vou me com pica e satisfeito, mas antes vou cagar á horta

 

A TERRA

celia

Desejo eu, quero abrir-te e cheirar
Estas uvas de poesia no meus seios!
Andaram todos a vindimar,
Todos a cortar cachos pelo veio,
foram horas e dias de um ano germinar
boas sementes e versos de presenteio
m joao
Na ramada madura da Palmira e do Afonso
Não há fronteiras, muros, nem dono,
Há de sempre existir, alegrias, sorrisos e responso
E Nunca e jamais, volúpias do sono
Da videira velhinha e intemporal,
Não será nunca motivo abandono
Terá e brotará sempre persistente, sempre fenomenal  


delfa


Mas de asas que ventos agrestes agite,
Neste poema da confraria da tocha que se cantem
Será por graças e será por limite
Que nossos pendões e estandartes se levantem
Na fé, nas vontades e na força se ressuscite

Toda identidade, envolvência, e magia que se… grite!     

p bandeira


Casou-nos o presidente, aquele, o mito!
E cada imagem que nos vem
É um hieroglífico seu, ou um grito
Em Que eu apenas o repito
Em melodias que os poemas têm.

daniela

 
Terra, minha achada
No berço, na criação!
Seja fecunda a alvorada,
Seja o entorno do chão,
Nada fecundas, nada,
Que não se fermenta vinhos sem inspiração!


 

 

rosa

E por isso te engasgo de encantos
E te lanço nos braços desta colheita
Paulos, Duarte, e outros, Que hás de parir depois...
Poesia eternamente desfeita,
Fruto maduro de nós, sabemos quem sois?


tininha


Terra única, nossa mulher!
Um amor é um perfeito, um aceno
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!


celma


A carroça das uvas em que se concebe
Um bago que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Fruto da videira pura,” esta coisa… vinho,

Sem saber, durmo… será este caminho…
 xanita
Terra, minha canção alucinada!
Ode a deus BACO erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!

E ao gosto de beber, havemos de brindar esta criação….

 

 

 

xanita

És o meu culto sereno...
aldeia do vinho formoso, amando
Que às belas margens um lindo ano;
O sol luzente à flor, cantando.
Que eras, oh escavedas esplêndida...
O ar silente à luz, desejando,
meia noite, ao luar, na noite contida
és, o olhar perfeito, de uma bela rapariga.

delfa
És bela robusta, sem jeito, querida aldeia
A tua rude terra, que de novo deixei
e que o sol eterno no horizonte incendeia

Aquele delírio fulgurante, que sempre sonhei
Fogo ardente venerada flor, amando
A mais bela sinfonia noturna;
O alvorecer perfeito à luz, cantando

Inocências, formidáveis, na bruma

 
xanita


Sabedoria transmontana, lagrima  sequei
A imponência de montes como castelos...
Deu- me vertigens no sonho delirante onde andei
Os montes como castelos em que fui rei!...
Ganhei asas voei, pelo leito deleitoso ao beijo,
Ao doce transe de envolvência, em que o senti
Que eras o amor dos que se foram, sem pejo,
Ao corpo renascente em que te vi!...

tremendo mar eterno à flor, te conheci…

 

Obrigado a todos

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