Ode teatro MORCON
NANO
olá, estão
todos? eu hoje sinto frenesim e exigência;
Nem consigo tolerar os desejos, com tanta carência
Incrível! Já me caguei três vezes, como um rei
Consecutivamente alivei-me, e nem chorei;
SANDRO
Solto desesperado, sons mudos, sinto a cabeça a roda
Tanta depravação não estoira, sobem por mim, que foda
Amo, insensatamente, as princesas e as suas purezas
perante semelhante semblante, aprecio suas naturezas
BOLA 7
Sentei-me à lareira, tao queimada por tantos lutos
Uma infeliz clareira, com um ou dois paus, enxutos
Sofria só, de diarreia e naquele momento, vinha a ideia
que naquela fogueira, não daria, para acalmar a caganeira
GONE
O morcon, era
um gajo idiota, da cidade do Porto
Sabia pois, que apesar da risota, tinha nascido torto
Mas que tolo
imperfeito, que só brilhava quando se calava
Apareceu na
aldeia cheio peito ninguém o segurava
INGINHEIRO
Tão lívido! O doutor deixou-o, vai morcon,
para frente é o caminho! Tem em conta o biberon
não quis saber do leitinho desatou a beber e a beber
Entornou,
entornou… do Porto, nunca mais quis saber
DUARTE
Sem obstáculo
entrei aqui, fiquei perverso até as canelas
Agora mais afoito, sinto-me cheio e com mijo até as goelas
Já bebi e agora vou para ali, para cantinho ao pé das escadas
Sou morcon, mas feliz e alegre por beber na aldeia das escavedas
CARLITOZ
Mas que riqueza de humor! Rasguemos todas as letras, deste teatro
Mais certeza, forte de amor! Adoremos estes copos, tirem-nos um retrato
Não tenham
vergonha e medo, merda! aqui ninguém morde
Mais vale
parecer ridículo e infame de que cagar á lorde
ZEUS
Sem a crítica, segundo o método da confraria escrito
O morcon é ignóbil, arrufos ou olho gordo do maldito
Muitíssimos papéis inéditos, na imprensa dessas modas
Mais Vale, um desdém solene bendito, de que milhão de fodas;
PAULO CARDOSO
Sob raras exceções merece-lhes mão, numa margalha.
Deu meia-noite; e o morcon pela rampa abaixo, malha,
Soluça um sol-e- li-dó de improviso e o povo nem reclama
Foi se cedo deitar, no tombo e cantando por quem mais ama
DELFA
E agora, sem ele por perto, fiquemos de olho aberto,
Não por diferenciação, a amigos ou a carteiristas.
ou independências cagativas, sob sufrágio de psicanalistas
Que negam colunas, escritas a verdadeiros cientistas,
CÉLIA
A confraria da tocha cá está, fim de semana no horizonte
Douro Deep fellings. é no rio, mesmo ao fundo do monte
Nas Escavedas, vivem-se sentimentos únicos, ficam na memória
Muitos são filhos da terra, outros não, mas são parte da história
maria joao
Um orador almeja e desfruta fama de mulherengo
Idiota batoteiro, arranja-se de teso e faz de mostrengo
E a mim, quase não respiro, quase não me contenho
De poder, tanto quer ter, mas mais amar, de quem tenho,
NANO
Adultos cagoes repugnam sentimentos de enguiço
Como eu, raramente cago, fico muito rijo, parece feitiço
E apuro-me, de me peidar em publico, para ser original e exato,
Minha nossa senhora da tanha, dai-nos uma máscara contra o sulfato
SANDRO
E a tísica? Fechada, e com oração no ferro aceso
Ignora que a asfixia nas coxas é uma questão de brasa,
Não fujas do estendal aberto, que te humedece a asa,
inclina-te ao desespero! pega na mão e dá-lhe a baza
BOLA 7
Mantém-te fechada tisica no chá e a pão!
Antes entrar na cova.
Esvai-se; de repente e fracamente, no xaile de uma opereta nova
Oiço-a cantarolar, num arfar de bossa nova, atingiu-se no tempo, ouvia o
mar
um sorriso de ouriço, sorria sem parar, abriu-se de braços, para me esmigalhar
GONE
Perfeita, deitada, tisica, parecia uma flor de lume
O morcon idiota arrancou-lhe, todo aquele, azedume
Pareciam lagrimas, efeitos em choques de eletricidade
Contorcia-se,
ondulante em rimas poéticas de puberdade
INGINHEIRO
Pela vida fodida ansiava campos honra e verdade
Entranhou-se aqui, a intriga, safadeza e fuga da humildade
A tisica pedia, que lhe pagasse a invasão de privacidade
A última coisa que eu, queria, que ela goza-se, com a minha bondade
ZEUS
Sinto que estou melhor; passou-me a cólera. E tisica?
Pobre mulher paguei-lhe, mas ficou sem forma física,
nunca mais lá fui, agora é gorda! uma lua no quarto, trabalha. É feia...
Que violência! Coitadinha! E fode? Sim fode! Com um osso de baleia…
DUARTE
Acoberto de merda, escondi-te na verdura,
O teu regaço consolado fervia de alvoroço,
O teu peito aberto de ternura, num só destroço,
O meu medo desceu da vergonha á cintura;
PAULO CARDOSO
Num cerimonial de jardim, aí …esta menina tao mansa
deitada num lençol de jasmim, num mármore de algodão
por detrás dos arbustos cetim, rosnamos á bulha de leão
deu-me cachos maduros plantados, mergulhei na esperança
CARLITOZ
Não interessava já, de estarmos a ser
destemidos
com gozos sensoriais, apalpando doces desejos
Esquecendo os demais, desmaiando de festejos
E a loucura era profana, não seriamos compreendidos.
MARCO
Nós haveremos
de ter debruças sobre joelhos
daquela velha sebenta de semânticas de contos
Aqueles mistérios de bruxas ou lobisomens velhos,
Feitiços e encantamentos
medonhos em desencontros
SANDRO
Filha da puta de distração de caralhos em ação
bruxas boas apetitosas, malévolas e bexigosas
deitadas no palheiro, orientadas de estrume no cagueiro
Fornicando alegremente na oração e jogando ao peão
BOLA 7
Chega de bruxas e dessa pecaminosa, quentura
Apalpemos, o pão e contemplemos a candura
E beijemos seus olhos, seus trunfos de ternura
nem destravo sagrado do Hímen rompe, tanta formusura
nano
Eu posso, se quiser, pleno e cheio de manha,
Sondar e procurar quando vestida, pra dar fé,
A tua camisinha de Vénus pouco embalada
Pedindo meu
amor quero ser enrabada,
Ornada e rendada de crochet.
inginheiro
Posso atear te esse fogo, sua linda atrevida,
De face cor-de-rosa, violeta ou vermelhão,
ama-me a mim, com langor, semiadormecida,
nem que seja, no deep feellings deste verão.
Zeus
Posso eu, com
favores de que nada teme,
Contigo preparar lastros de eternos festins,
E ajudar-te na preparação do leite-creme,
Na via láctea imensa de astronautas e jardins
Paulo Cardoso
Eu posso sem condição, dar-te, tudo, tudo,
Dar-te a vida, o calor, dar-te ouro ou prata
Rimas de amor, ardor sedução, veludo,
Pelo que no fim quero rendição sensata
duarte
Com ar de rei, que o sou, não sou cagar ouro
Cago torcicolos embuizados de graça
Com ar de senhor, que o sou, mas não sou mouro
porque na sanita todo poder do homem se desgraça
carlitoz
Não é, vês! Pois, podemos viver juntos,
Confinados no espaço, mas confortáveis,
Comer, lamber, mastigar carnes e presuntos,
Ficar enforcadinhos e dormindo adoráveis…
delfa
Podemos, só nós dois, por sorte chamada,
Quando o Sol se poe no céu, escarlate,
Beber na mesma chávena temperada,
O nosso chocolate.
celia
Podemos até, cavalgar em noites muito amadas!
Dormir montados um no outro, armados em cavaleiro
A trote veloz e acelerado, mas cabeças repousadas,
Percorrendo grande distância, sob ritmo do travesseiro
rosa
Posso e serei teu amigo companheiro até à morte,
Amizade profunda não se cobra! Mas por lei e asneira
Ligar o meu Norte à tua torpe, e sem perder a sorte
Eu nunca o poderei! Dizem que dá azar e caganeira
nano
Eu posso amar-te muito oh, escavedas… aldeia bendita,
Seguir-te-ei, como uma ovelha seu pastor, mas só no verão,
Mas cá vir, e esperar que faças a vénia no inverno, acredita,
Que pensarei muito bem, antes de tomar uma decisão…
morcon e a menina mimada
celia
Morcon vem beber este suave néctar
azeiteiro
Que de teu seio farto espreita e respira o punheteiro
Será um anjo ou uma deusa ou será um boneco
Com este aroma deliras, esfrega te nela meu marreco
tininha
Piedoso triste morcon que arrota a
alheira
Bebias água e não te ficavas pela
orelheira
Gostas de focinho e orelha de porco,
morcon gaiteiro
Eu gosto mais, de presunto e patas
no fogareiro
rosa
Qual deus enamorado, te senta no colo
E com teu tronco te curvas e ajoelhas,
bebe me esse néctar por mim encantado
Bebe oculto, humilde morcon, refresca as
ideias
sandro
Não queres, que se saiba mentiste, minha
fada
Olhaste a flacidez doente inclinada,
Quem ta pôs assim pendente, desconchavada
Foi aquela menina, mimada dei-lha, não queria
mais nada
rosa
Então nem á pesca, com a mão, na badana?
Estendias a cana e enrolavas a sacana
Excesso palidez lasciva, ou seja,
demasiadamente chupada
pintou, não? Sim! levou com ela na cara,
estava elástica a coitada
Sandro
Que trapézio tão duro, que membro
eclético
Tinhas na rama lustrosa seda, na pele aquele
elétrico
Com que magos esconjuros, com a bainha
desapertada
Aquela menina mimada, que inocente, que
mamada,
inginheiro
E na hástea sentida, devorava ventos e a
maré
Tremia tanto de joelhos, resolvi pô-la de pé
Porque te agachas tão rendida, anda cá para cima!
De tanto arrepiou, que ao levantar
arrebentou
zeus
Eu não ouvi um suspiro, explodiu está
feito
Sussurrei-lhe no ouvido, ouvi um gemido no
peito
Nas águas daquele retiro, naveguei-o bem
perfeito
Não respeitei a tua imagem, enganei-me, mas
estou satisfeito
Bola 7
Nunca a vi aflita ou assustada, estava
endiabrada
Gemeu de prazer e dor, caiu afastada, ficou
paralisada
Mentiste, menina mimada eras pura e casta
Não adivinhei, comi e bebi, que por agora
basta,
sandro
Mas ai! se houver mais por beber, não quero
parar
Vou ali para ver mais meninas mimadas, a
cantar
Hei -de eu bebe-las nem que seja pela
cantada
Que aquele aroma respiro, bêbado durará até a
alvorada
Sou
um morcon do porto perfeito, entro sempre pela porta
Agora
vou me com pica e satisfeito, mas antes vou cagar á horta
A TERRA
celia
Desejo eu, quero abrir-te e cheirar
Estas uvas de poesia no meus seios!
Andaram todos a vindimar,
Todos a cortar cachos pelo veio,
foram horas e dias de um ano germinar
boas sementes e versos de presenteio
m joao
Na ramada madura da Palmira e do Afonso
Não há fronteiras, muros, nem dono,
Há de sempre existir, alegrias, sorrisos e responso
E Nunca e jamais, volúpias do sono
Da videira velhinha e intemporal,
Não será nunca motivo abandono
Terá e brotará sempre persistente, sempre fenomenal
delfa
Mas de asas que ventos agrestes agite,
Neste poema da confraria da tocha que se cantem
Será por graças e será por limite
Que nossos pendões e estandartes se levantem
Na fé, nas vontades e na força se ressuscite
Toda identidade, envolvência, e magia
que se… grite!
p bandeira
Casou-nos o presidente, aquele, o mito!
E cada imagem que nos vem
É um hieroglífico seu, ou um grito
Em Que eu apenas o repito
Em melodias que os poemas têm.
daniela
Terra, minha achada
No berço, na criação!
Seja fecunda a alvorada,
Seja o entorno do chão,
Nada fecundas, nada,
Que não se fermenta vinhos sem inspiração!
rosa
E por isso te engasgo de encantos
E te lanço nos braços desta colheita
Paulos, Duarte, e outros, Que hás de parir depois...
Poesia eternamente desfeita,
Fruto maduro de nós, sabemos quem sois?
tininha
Terra única, nossa mulher!
Um amor é um perfeito, um aceno
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!
celma
A carroça das uvas em que se concebe
Um bago que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.
Fruto da videira pura,” esta coisa…
vinho,
Sem saber, durmo… será este caminho…
xanita
Terra, minha canção alucinada!
Ode a deus BACO erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!
E ao gosto de beber, havemos de brindar
esta criação….
xanita
És
o meu culto sereno...
aldeia do vinho formoso, amando
Que às belas margens um lindo ano;
O sol luzente à flor, cantando.
Que eras, oh escavedas esplêndida...
O ar silente à luz, desejando,
meia noite, ao luar, na noite contida
és, o olhar perfeito, de uma bela rapariga.
delfa
És bela robusta, sem jeito, querida aldeia
A tua rude terra, que de novo deixei
e que o sol eterno no horizonte incendeia
Aquele
delírio fulgurante, que sempre sonhei
Fogo ardente venerada flor, amando
A mais bela sinfonia noturna;
O alvorecer perfeito à luz, cantando
Inocências, formidáveis, na
bruma
…
xanita
Sabedoria transmontana, lagrima sequei
A imponência de montes como castelos...
Deu- me vertigens no sonho delirante onde andei
Os montes como castelos em que fui rei!...
Ganhei asas voei, pelo leito deleitoso ao beijo,
Ao doce transe de envolvência, em que o senti
Que eras o amor dos que se foram, sem pejo,
Ao corpo renascente em que te vi!...
tremendo mar eterno à flor, te conheci…
Obrigado a todos
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